Primordial – Where Greater Men Have Fallen (2014)
Antes mesmo de ouvir qualquer música, já sabia que o novo disco do Primordial tinha potencial para ser um dos lançamentos do ano. A banda irlandesa precisava apenas continuar o que faz há quase dez anos: tocar pagan black metal que soe de fato pagão, mas sem soar ridículo.
Where Greater Man Have Fallen (ouça!) foi lançado em 24 de novembro, quase no final da temporada musical. Mesmo competindo com grandes discos lançados nos 10 meses anteriores (e foram vários!), imediatamente escalou para uma posição de destaque entre os álbuns de 2014.
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A falta de mudanças não é nenhum problema. Não é uma questão de escassez criativa ou preguiça. Pelo contrário, as faixas soam inacreditavelmente frescas: definitivamente, já ouvi algo parecido antes, mas existem ali elementos que os trabalhos anteriores não evidenciam.
Os riffs arrastados e as faixas compridas continuam por lá, cobertos com maestria pela voz de Alan Averill ‘Nemtheanga’ – um careca quase quarentão que costuma pintar a cara como um guerreiro celta nas apresentações e que mistura o gutural rasgado dos primórdios do black metal norueguês com a grandiloquência de Ronnie James Dio e a profundidade de Johan Längqvist (ex-Candlemass). Entretanto, nem tudo é mais do mesmo.
Não, isso não é corpse paint: certamente, é algo muito mais primal. Imagem: Aleksandra Stole/Divulgação |
Ainda assim, o clima beligerante, a grandiosidade de faixas que lembram hinos, a devoção ao passado mítico irlandês e o interesse pelo lado sombrio da história continuam presentes. Poderiam ficar ali para sempre, não me importo. Que banda, hoje, consegue seguir a mesma fórmula sem soar repetitiva? Não consigo pensar em muitas outras.
Rodrigo Menegat
Primordial – Where Greater Men Have Fallen (2014)
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