Folk Metal, por onde começar? - Parte 2

Continuando a apresentar o estilo da vez, seguimos falando sobre as divisões internas do metal folclórico, com suas cenas e características bem definidas. Perdeu a primeira parte? Clique aqui.

Medieval

A Idade Média foi uma época estritamente europeia, com características marcantes de guerras e trocas de poder. Essa linha de Folk trata da realidade feudal e é mais temática do que sonora, com letras buscando a exaltação cristã ou retratando a realidade de trupes da Europa Central. Duas bandas que cabem muito bem nesses exemplos são, respectivamente, o In Extremo e o Die Streuner, ambas da Alemanha.

O Die Streuner, em uma pequena apresentação.

Na questão instrumental, o acordeon e as gaitas de foles são amplamente usados nas canções.

Fora desses grupos, há bandas que fazem alusão à cultura brasileira, como o Corubo, que soa mais Black Metal, à cultura asiática, como o Rudra, que também soa extremo, e várias outras mitologias menos conhecidas ou sem tanta expressão. Boa parte dessas bandas utiliza outros gêneros para complementar seu som.

Mas ainda assim temos bandas que não sei encaixam nas características citadas e fazem Folk Metal. Balkandji e Žalvarinis são bandas da Bulgária e Lituânia, respectivamente, que tratam sobre o folclore eslavo, incluindo características musicais de suas nações nas músicas, enriquecendo muito as composições. Fejd, Faun e Omnia, por exemplo, são bandas que agregam elementos de diversas culturas e ficam variando entre Folk Music, Folk Rock e Folk Metal, mas nem por isso perdem a genialidade.

Daphyd "Crow" Sen, do Omnia, tocando um Didgeridoo.

Tin'Sontsya e Volkolak são grupos cossacos que versam sobre o folclore de seu povo, a segunda de uma maneira mais extrema, pregando a manutenção da cultura familiar e o casamento consanguíneo. Todas essas bandas são Folk, cada uma a seu modo.

Como um estilo rico, a união com os mais diversos estilos é um meio comum no cenário atual e há grande destaque para o Folk/Black Metal, chamado também Pagan Metal, e bandas como Finntroll, Kroda e Sigrblot. A presença de guturais e ambientação bem mais pesada é de praxe, mas nem por isso instrumentos regionais deixam de ter seu destaque.

Em segundo lugar temos o Folk/Power Metal, bem difundido em países de língua espanhola e notoriamente conhecido por suas canções alegres e com um lado "D&D" exacerbado. Alestorm e Mägo de Oz são grandes nomes do estilo, que também conta com grupos como Elvenking e Falconer.

Outras bandas, como o Arkona e o Týr, mesclam o Viking Metal ao som, produzindo trilhas cheias de ambientações e corais épicos. Os músicos do Ensiferum e do Turisas carregam essa atmosfera até o palco, utilizando-se de maquiagem e vestuário de batalha. Em cenas menores, bandas como o Eluveitie e o Abinchova dosam muito bem o Melodeath ao Folk, produzindo músicas únicas.

Armaduras e pintura de guerra. Somente mais um show normal do Turisas.

Partindo para um lado mais obscuro, o Raxa e o Uaral são bandas que incluem o Doom Metal em suas canções, o SpiRitual faz uma combinação singular com o Gothic Metal e o Tanzwut é um símbolo da pequena parcela de bandas que misturam Industrial e Folk.

Os estilos vão se encontrando e condensando cada vez mais, criando novas formas distintas de como se tocar e aumentando o espectro musical do Folk Metal. Para não pecar no excesso de detalhes e não deixar o texto maçante vou encerrando por aqui. Essa série, recente no SBG, deve continuar ainda por um bom tempo, fugindo do Heavy Metal e abraçando os sub estilos do Rock e do Hardcore, mas isso é assunto para outras matérias.

Por Alexandre Romansine
Folk Metal, por onde começar? - Parte 2 Folk Metal, por onde começar? - Parte 2 Reviewed by Alexandre on 14:33 Rating: 5

Nenhum comentário

Social Buttons