Sólstafir - Discografia comentada
Nascidos na Islândia, com quatro álbuns lançados e mais um já em divulgação, os caras do Sólstafir surpreendem pela capacidade de criatividade nas composições. Nos quatro discos anteriores eles nos mostraram que sabem variar entre o Viking, Black, Progressive e Sludge Metal como mestres desses estilos, sem se perder ou deixar pontas soltas. A sonoridade do álbum de 2014 parece mais próxima dos dois últimos pelos previews, mas com certeza haverá uma matéria a parte sobre esse trabalho :)
Pra facilitar a compreensão e a leitura, os comentários de cada álbum serão separados:
Í Blóði og Anda (2002)
Sete anos após a criação da banda temos o lançamento do debut, que nos deixa com quase uma hora de puro Progressive Black Metal. O som é bastante agressivo, marca principal aqui que foi se diluindo ao longo dos anos e das mudanças de estilo tomadas pela banda. Tudo aqui é muito cru, mas com um ar estranho, não parece nem um pouco com qualquer outra banda de Black Metal que se ouve por aí e, apesar dessa crueza, a gravação é ótima, quase limpa.
Música pra ouvir: Árstíðir Dauðans
Masterpiece of Bitterness (2005)
Quase uma evolução natural de seu antecessor, a segunda obra da banda deixa o BM um pouco de lado e parte para os épicos ares do Viking Metal. A partir daqui notamos uma grande mudança no vocal, sem mais gritos e desvarios extremos, porém mais limpo e expressivo, nos transmite uma clara ideia de agressividade. Assim como no primeiro disco, as letras versam sobre temas pagão e da natureza. Trazendo essa essência do Viking Metal para o conjunto da obra, seria um pecado não comentar sobre a fluidez do álbum, que não merece um adjetivo diferente de épico.
Música pra ouvir: o hino I Myself The Visionary Head
Köld (2009)
Um grande marco para a banda, onde a mudança na sonoridade é tão grande que parecem outros músicos participando de um projeto diferente. Saindo um pouco de sonoridades mais extremas mas conservando o ar épico do último disco, temos aqui uma exibição de trilhas de Sludge Metal com grandes doses de influências progressivas. O vocalista conseguiu melhorar sua performance e faz um trabalho estupendo aqui, unido a liberdade cada vez maior dos outros instrumentos, que juntos formam uma das melhores obras da última década. Aqui também temos uma mudança na orientação das letras, que passam a falar sobre o eu, sentimentos e depressão.
Música pra ouvir: Love is the Devil (And i am in Love), que apesar de curta é bastante intensa.
Svartir Sandar (2011)
Seguindo a linha do Köld, no disco mais recente eles se mantiveram no Sludge, mas trocaram o Prog pelo Psychedelic Rock como influência principal. Por ser um disco duplo, há uma divisão aqui: o primeiro álbum é mais denso, atmosférico e nos faz lembrar da trajetória da banda pelos diferentes estilos tocados ao longo dos anos. O "Disco 1" é um belo resumo dos álbuns anteriores com um "toque a mais de Sólstafir", onde mais uma vez somos levados por uma espiral de criatividade que nos deixa babando pelo que vem em sequência.
O "Disco 2" já começa com um ar diferente, parece mais como uma banda retirada dos anos 70 e colocada no meio de um festival nos dias de hoje. São quase quarenta minutos de um Psych/Prog sem exageros, sólido e lisérgico, capaz de fazer qualquer um entrar na viagem e apreciar o trechos em que instrumentos como saxofone e xilofone aparecem conduzindo o som, assim como um vocal de fundo que parece retirado de um documentário ou um noticiário islandês.
Música pra ouvir: Ljós i Stormi
Além dessas quatro obras primas, a banda também lançou algumas demos entre 1995 e 2004, que merecem ser ouvidas. Recentemente lançaram um Split com o Legend, com um cover de cada.
Se você é fã de um som mais extremo, comece pelo Masterpiece of Bitterness, mas se o que te atrai é um som com diversas influências, não hesite em buscar o Köld.
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Por Alexandre Romansine
Caricatos e carismáticos, os músicos esbanjam talento. |
Pra facilitar a compreensão e a leitura, os comentários de cada álbum serão separados:
Í Blóði og Anda (2002)
Sete anos após a criação da banda temos o lançamento do debut, que nos deixa com quase uma hora de puro Progressive Black Metal. O som é bastante agressivo, marca principal aqui que foi se diluindo ao longo dos anos e das mudanças de estilo tomadas pela banda. Tudo aqui é muito cru, mas com um ar estranho, não parece nem um pouco com qualquer outra banda de Black Metal que se ouve por aí e, apesar dessa crueza, a gravação é ótima, quase limpa.
Música pra ouvir: Árstíðir Dauðans
Masterpiece of Bitterness (2005)
Quase uma evolução natural de seu antecessor, a segunda obra da banda deixa o BM um pouco de lado e parte para os épicos ares do Viking Metal. A partir daqui notamos uma grande mudança no vocal, sem mais gritos e desvarios extremos, porém mais limpo e expressivo, nos transmite uma clara ideia de agressividade. Assim como no primeiro disco, as letras versam sobre temas pagão e da natureza. Trazendo essa essência do Viking Metal para o conjunto da obra, seria um pecado não comentar sobre a fluidez do álbum, que não merece um adjetivo diferente de épico.
Música pra ouvir: o hino I Myself The Visionary Head
Köld (2009)
Um grande marco para a banda, onde a mudança na sonoridade é tão grande que parecem outros músicos participando de um projeto diferente. Saindo um pouco de sonoridades mais extremas mas conservando o ar épico do último disco, temos aqui uma exibição de trilhas de Sludge Metal com grandes doses de influências progressivas. O vocalista conseguiu melhorar sua performance e faz um trabalho estupendo aqui, unido a liberdade cada vez maior dos outros instrumentos, que juntos formam uma das melhores obras da última década. Aqui também temos uma mudança na orientação das letras, que passam a falar sobre o eu, sentimentos e depressão.
Música pra ouvir: Love is the Devil (And i am in Love), que apesar de curta é bastante intensa.
Svartir Sandar (2011)
Seguindo a linha do Köld, no disco mais recente eles se mantiveram no Sludge, mas trocaram o Prog pelo Psychedelic Rock como influência principal. Por ser um disco duplo, há uma divisão aqui: o primeiro álbum é mais denso, atmosférico e nos faz lembrar da trajetória da banda pelos diferentes estilos tocados ao longo dos anos. O "Disco 1" é um belo resumo dos álbuns anteriores com um "toque a mais de Sólstafir", onde mais uma vez somos levados por uma espiral de criatividade que nos deixa babando pelo que vem em sequência.
O "Disco 2" já começa com um ar diferente, parece mais como uma banda retirada dos anos 70 e colocada no meio de um festival nos dias de hoje. São quase quarenta minutos de um Psych/Prog sem exageros, sólido e lisérgico, capaz de fazer qualquer um entrar na viagem e apreciar o trechos em que instrumentos como saxofone e xilofone aparecem conduzindo o som, assim como um vocal de fundo que parece retirado de um documentário ou um noticiário islandês.
Música pra ouvir: Ljós i Stormi
Além dessas quatro obras primas, a banda também lançou algumas demos entre 1995 e 2004, que merecem ser ouvidas. Recentemente lançaram um Split com o Legend, com um cover de cada.
Se você é fã de um som mais extremo, comece pelo Masterpiece of Bitterness, mas se o que te atrai é um som com diversas influências, não hesite em buscar o Köld.
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Por Alexandre Romansine
Sólstafir - Discografia comentada
Reviewed by Alexandre
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17:09
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