ESPECIAL COPA DO MUNDO: As eliminadas

Depois de algumas goleadas, clássicos e surpresas, nos despedimos da primeira fase do mundial. Pra não deixar o momento passar em branco, hoje vou indicar uma banda de cada país que está deixando o evento. Sim, vou falar das seleções eliminadas!


Torcedores croatas choram após a eliminação precoce no mundial.

Grupo A

Camarões: Confesso que não conheço nenhuma banda do país, mas pesquisando nessa maravilha que é a internet descobri que os camaroneses tiveram uma curta cena de Heavy Metal no país e seu principal nome foi Ngos’a Bedimo. "Foi" porque a banda durou meras três semanas, já que o vocalista sumiu antes do primeiro show da banda. De qualquer forma há um registro, que pode ser ouvido aqui.

Croácia: Slavogorje é a banda da vez. Fazendo um Folk/Black Metal com uma temática bastante tradicional da história e cultura eslavas. Após um hiato de quase cinco anos, a banda voltou a ativa no ano da Copa, mas sem material novo por enquanto. Indico aqui o debut dos caras, Priroda Opstanka.

Ouça!

Grupo B

Espanha: Inicialmente sob o nome Transilvania, os espanhóis lançaram quatro demos com diferentes formações até 1992, quando os músicos foram realmente definidos e o grupo mudou seu nome para Mägo de Oz. Versando sobre bruxaria, ecologia e mitologias diversas, os espanhóis consolidaram sua carreira no Folk/Power Metal com ritmos bem definidos, um vocal marcante e letras em espanhol (ah vá). A banda possui uma série infindável de Compilations, que fornecem um ótimo material pra conhecer o som dos caras, mas vou fugir desses álbuns e indicar o Gaia II - La Voz Dormida, segundo disco da "trilogia máxima" da banda, que conta com quatro discos (isso, quatro mesmo) e que levou sete anos para ser finalizada.

Ouça!

Austrália: uma das primeiras seleções a marcar seu regresso pra casa, a Austrália felizmente tem uma série de bandas que valem a pena conhecermos. Como devo indicar somente uma aqui e quero fugir dos clássicos, vou falar do Mhorgl, uma banda de Raw/Melodic Black Metal com claras influências de Thrash e Death. Sim, exatamente isso. O som desses caras é bem sujo, pesado e agressivo, com as guitarras rápidas típicas do Thrash e a insana bateria do DM, temos um show de riffs e blast beats que dão um toque bélico ao som da banda. Com três discos lançados em dez anos, o Heresiac merece o destaque.

Ouça!


Mhorgl

Grupo C

Japão: Mais conhecida como a Terra do Sol Nascente, o lar dos nipônicos tem a fama de possuir algumas das bandas mais estranhas do mundo, tanto visualmente como no aspecto sonoro (o Merzbow não me deixa mentir). Pra mostrar um pouco dessa variedade de sons e estilos, vamos falar um pouco sobre o Boris, que mesclam diversas influências em suas músicas, entre elas: Psychedelic Rock, Punk, Doom Metal, Drone, Noise, Shoegaze e até J-rock. A banda também possui uma gravador própria, a Fangs Anal Satan. A carreira dos japoneses é marcada por muitos discos e outros tantos mais Splits, o que dificulta a escolha de uma só obra pra indicar, mas fico com o Altar, um disco feito em conjunto com os membros do Sunn O))) e tem participações especiais de outros quatro artistas.

Ouça!

Costa do Marfim: eu procurei, cacei e tudo, mas não encontrei uma banda sequer de rock, metal ou HC do país. Há bandas com membros marfinenses, mas criadas principalmente na Europa e na América do Norte. Em um país dominado por ritmos regionais e reggae, temos pouca ou nenhuma expressão de outros estilos musicais. É triste, mas não tenho indicação alguma aqui :(

Grupo D

Inglaterra: Que a Terra da Rainha é um berço do Heavy Metal não é novidade alguma, mas há outras vertentes com ótimos representantes por lá! Um exemplo é o Porcupine Tree, que tem uma extensa carreira nos moldes do Progressive Rock/Metal. Muitas vezes nos lembrando de bandas como o Pink Floyd, os ingleses mandam muito bem no que se propõem a fazer. Com feeling de sobra, o mais recente trabalho da banda, The Incident, merece a nossa atenção. Distorções, repetições e muita liberdade nas composições marcam esse belíssimo álbum.

Ouça!


Porcupine Tree

Itália: Com uma atuação decepcionante nessa copa, a terra do encanador bigodudo tem uma vasta variedade de bandas de Black Metal e suas vertentes, como exemplo Nazgul Rising, já citado por aqui. Com um nome parecido, mas sonora e tematicamente diferente, a dupla italiana do Nazgûl faz um Symphonic Black Metal com poucos ou quase nenhum exagero nos teclados, que existem mais para a ambientação do que como um instrumento propriamente dito. Seu único álbum lançado, De Expugnatione Elfmuth, tem todas as letras compostas em latim!

Ouça!

Grupo E

Honduras: Apesar de possuir uma cena bem pequena, o país tem a maior parte de suas bandas voltadas para o extremo. Death, Black e Grindcore são o que mandam por lá, e o Horgkomostropus é um exemplo. Fazendo um som sujo, agressivo e com uma produção meia boca, suas duas demos foram lançadas ainda nos anos noventa, quando a banda encerrou as atividades. Suas letra possuem temática antireligiosa e gore, nos moldes de outras tantas bandas de Brutal Death Metal mais conhecidas. Recomendo começar pela demo Lúgubre Ressurección, de 1995.

Ouça!

Equador: Eliminados num empate violento contra a França, os equatorianos voltam mais cedo pra casa, mas nos brindam com ótimas bandas no país. O exemplo aqui é o Curare, banda de Alternative/Folk Metal que agrega ritmos nacionais à correntes de metal e hardcore, tudo isso repleto de instrumentos andinos e letras em espanhol. Contando com o lançamento desse ano são quatro discos na carreira, além do Live En Vivo Carajo, que conta com ótimas músicas e uma bela performance dos sulamericanos.

Ouça!

Grupo F

Bósnia: Com sua primeira participação em mundiais o time bósnio surpreendeu e mostrou um bom futebol, apesar da eliminação na primeira fase. Apesar de pouco conhecido, o país fica no Leste Europeu e tem uma série grande de bandas dos mais variados estilos (infelizmente boa parte delas com uma existência bem curta) e aqui devo falar do Eternal Remembrance, que fez um belíssimo Doom Metal enquanto esteve na ativa. Com apenas três demos lançadas, dou destaque para o som limpo e melancólico produzido pelos bósnios. A banda acabou quando os membros mudaram-se para a Alemanha e alguns deles resolveram voltar para sua terra natal, mas felizmente deixaram a demo Where Destiny Stares como legado.

Ouça!

Eternal Remembrance

Irã: O Irã já foi alvo de um especial aqui no Scream Blog Gore, então vamos falar de uma banda diferente dessa vez, o 1000 Funerals. Formada em 2005, a dupla de músicos já se separou duas vezes e atualmente não fazem mais músicas pela banda. Em compensação, deixaram dois álbuns de estúdio mostrando um Funeral Doom muito competente e com feeling de sobra. As letras são intimistas, lúgubres e se encaixam muito bem com o instrumental, como podemos conferir no debut, Portrait of a Dream.

Ouça!

Grupo G

Gana: num país dominado por bandas "High-life", pelo Jazz e o R&B, Gana é a segunda e última falha da matéria. Por mais que eu tenha procurado, temos muita dificuldade em encontrar informações e materiais da África Negra, então sem uma recomendação aqui.

Portugal: O time do CR7 deixou bastante a desejar em campo, mas o país produz bandas ótimas em diversos estilos. Pra representar bem o país, a escolhida da vez foi o Simbiose, uma banda de Crust que vem mostrando seu potencial a mais de duas décadas. Com letras politizadas e duras críticas sociais, os tugas tem cinco álbuns na carreira, mas o indicado aqui é o Fake Dimension.

Ouça!

Grupo H

Rússia: não é novidade pra ninguém que a terra da vodka é lar de infindáveis e desconhecidas bandas com temática regional, então vamos nos ater à esse tipo de som e falar do Volkolak, que faz um Folk Metal bem tradicional e ultranacionalista, exaltando o casamento consanguineo, a manutenção da cultura local (eles são da região de Amur) e o "orgulho branco". Apesar da temática controversa, os caras fazem um som muito bom, alegre e agradável. O último disco deles, Сгинуть..., que contém um cover do Temnozor, deve ser ouvido por qualquer fã do estilo.

Ouça!


Volkolak

Coréia do Sul: uma das sedes da Copa de 2002, a Coréia não possui muita tradição no futebol e seu cenário musical é dominado pelo K-Pop, então a escolha de uma banda fica bastante difícil. A eleita da vez é o Pyha (o nome original é em kanji, mas é fácil encontrá-la com esse nome), formada por um único membro, o Pyha. Apesar da falta de criatividade para um nome, as músicas são bem compostas, nos moldes de um Black Metal lo-fi com toques moderados de Dark Ambient. Reza a lenda que o artista começou a banda com apenas doze anos! De qualquer forma, o trabalho de 2008, The Haunted House, merece atenção.

Ouça!

Caso alguém conheça alguma banda de Gana ou da Costa do Marfim e puder mandar pra gente, avisem nos comentários e atualizamos a matéria!

Por Alexandre Romansine
ESPECIAL COPA DO MUNDO: As eliminadas ESPECIAL COPA DO MUNDO: As eliminadas Reviewed by Alexandre on 11:58 Rating: 5

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