O Black Metal mais francês ever! Peste Noire

Finalmente, após muito tempo (muito tempo mesmo) sem postar, estou de volta! Começo já me explicando pela demora, é que eu estava viajando com a Paloma (que também é redatora aqui) pela Europa. Sim! Finalmente fiz essa viagem que tanto desejei por anos. Fomos para a França, Bélgica, Holanda e Alemanha, enfim, estou contando isso porque os próximos posts serão de bandas vindas destes quatro países, respectivamente (rsrs).

Começando então pela França, já que a primeira cidade que eu visitei foi Paris, eu lhes trago hoje a banda de Black Metal mais francesa possível. Que, aliás, o seu líder realmente me faz lembrar todo o mau-humor, falta de carisma, e diria até ódio pelos estrangeiros, que os franceses me transmitiram (sério, Paris é uma cidade linda em todos os aspectos, mas os parisienses…)




O Peste Noire (Peste Negra, em francês) foi formado em 2000, em Avignon, França, por La Sale Famine de Valfunde, que até hoje se mantém como líder absoluto e compositor de praticamente todas as músicas e letras da banda. Inicialmente, era apenas uma one-man band de Famine, mas como ele não conseguia tocar bateria e se recusava a usar uma eletrônica, ele foi ajudado por um jovem músico que se autodenominava Neige (sim, aquele Neige, o famoso líder do Alcest).

Após as primeiras demos, foi chamado um novo baterista para substituir Neige, e um novo baixista, formando assim o que foi chamado de “Kommando Peste Noire”. E assim o disco “La Sanie des siècles – Panégyrique de la dégénérescence” foi lançado em 2006, influenciado pelas antigas bandas do Les Légions Noires, com um som mais cru e direto.

Mas diferente disso, o segundo álbum, “Folkfuck Folie”, de 2007, é um pouco mais ousado que o seu antecessor. Metade das letras foram escritas por Famine e a outra metade são poemas de guerra medievais franceses, para simbolizar o apocalipse tanto na idade média, como agora. Supostamente era para o disco soar barulhento e irritante, mas a sonoridade acaba sendo menos crua, e em certas faixas como a “Amour Ne M’Amoit Ne Je Li” até remete à um post-black metal.

Folkfuck Folie 



Enfim, em 2009 foi lançado o “Ballade cuntre lo Anemi Francor” (Balada para os inimigos da França), o trabalho mais recente do Peste Noire. São dez faixas com um som mais experimental, onde Famine adicionou influências de post-punk, crust, e folk, além de faixas de piano. Consolidando assim, um som mais maduro, e uma identidade própria para a banda.

A horda é marcada pelas ideologias de seu líder, como um forte nacionalismo francês, acompanhado de um grande orgulho das heranças culturais e artísticas da França contemporânea, e, principalmente, medieval. Algumas letras são poemas de autores franceses (modernos e antigos), como François Villon (para a música Ballade cuntre les anemis de la France), Christine de Pisan (para a música Dueil Angoisseus) e Charles Baudelaire (para as músicas Le mort joyeux e Spleen), entre outros.
Famine também afirma ser um ariano orgulhoso, como fica claro na primeira demo “Aryan Supremacy”, mas nega qualquer relação com o império nazista, que foi um inimigo da França.

Vale também citar que Famine nega o envolvimento de Neige nas gravações e composições das músicas do Peste Noire, diferente do que as gravadoras queriam divulgar, para vender a horda em maior escala. Confirmadamente, Neige apenas tocou bateria nas demos, fez algumas participações nos vocais do debut, e compôs a faixa “La Césarienne” no disco “Folkfuck Folie”. Famine ainda afirma que Neige foi expulso da banda por ele, por isso, é absurdo dizer que o mesmo participou ativamente de algo.

Por Guilherme Nogueira
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